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terça-feira, 30 de junho de 2009

Saga Grega - Parte IV


(Calma Mário, tá acabando!)
Vamos ao cardápio.
Como a culinária de qualquer país, a grega é rica, com muitas e variadas opções. Decidimos que a gente só faria os pratos que tivéssemos provado. Mas foram quase 15 dias, almoçando e jantando, através de uma vasta área do continente grego. Provamos muita coisa!

_Vamos ficar, então com aquilo que mais gostamos, ou que foi mais típico, ou o que mais comemos!
_ Puxa! Tudo isso? Já dá um livro...

Toda refeição grega começa pelas mezédes, ou entradas. À semelhança com os tapas espanhóis, compõem-se de várias iguarias, apresentadas em pequenas porções. Geralmente temos azeitonas, folhas de uva recheadas, pastas de berijela, enfim, uma infinidade de coisas.
Neste quesito, nos decidimos por:

_ Khoriátiki saláta, a famosa salda grega, com tomates, pepinos, cebolas, azeitonas, queijo feta, alcaparras e ervas. Essa salada nós comemos em todos o lugares. Até nos buffets de café da manhã dos hoteis a gente dava de cara com ela.

_Além disso, eu estou pensando em fazer também um polvo grelhado - Khtapodaki psitó. Esse prato eu provi num restaurante á beira mar, na linda cidade de Náfplio. Para falar a verdade, o restaurante era bonito e charmoso, mas não era lá essas coisas e o tal polvo não ficou muito bom, não. Muito seco. Mas acho que com o devido cuidado e carinho na hora do preparo, deve ficar uma delícia. Vi uma recita muito boa num site especializado, assim resolvi tentar.

_ Também penso que deveríamos fazer uma Melitzanosaláta, a pasta de berinjela, bastante comum por lá.

Como prato principal, eu tinha pensado num carneiro, mas meu marido me mata se não fizermos um Souvlaki. Todos gostamos da coisa, mas ele virou fã de carteirinha. Foi capáz de comer um cone daqueles quase todos os dias. Mas o danado é bom mesmo. Num cone feito de pão pitta, coloca-se fatias de carne, do churrasco grego, uma porção de salada grega, Tzatziki, um molho feito de iogurte, pepino e alho, e até batata frita. Vale por uma refeição e é gostoso. Então...

Sobremesa. Iogurte com mel, frutas e Baklavas, doces de massa folhada, recheados com nozes, deliciosos.

A Parte V contará as dificuldades que estamos encontrando para realizar este almoço/ jantar. Não tem sido poucas. Por isso batizei a coisa de Saga Grega.

Espero terminar essa história na Parte VI, com o jantar realizado e as recitas postadas. Ufa!

Obs: Foto: Oliveira carregada em Atenas.

sábado, 20 de junho de 2009

Saga Grega - Parte III

(Ou o primeiro Souvlaky a gente nunca esquece...)
Viagem feita, muitas fotos, muitas coisas pra contar. Mas precisávamos decidir o cardápio do jantar que a gente iria preparar.
Nós provamos muita coisa durante a viagem e algumas realmente nos chamaram atenção:
- As muitas sorveterias, com seus deliciosos sorvetes caseiros, de variados sabores, encontradas a cada esquina.
-As casas de biscoitos. Sim, casas de biscoitos. Assim como temos padarias e confeitarias, na Grécia existem lojas só de biscoitos. Doces, salgados, grandes, pequenos, mais duros, mais crocantes, mais farinhentos, mais quebradiços, mais secos, mais úmidos etc Você entra numa casa dessas e um vendedor logo monta uma caixa de papel, semelhante àquelas de camisas, onde ele vai colocando os biscoitos que o cliente vai escolhendo. Os Kourabies, por serem muito frágeis, são colocados em pequenos sacos de papel de seda. Como viajamos muito de carro, eu costumava ir logo de manhã a uma biscoiteria (será que essa palavra existe?) e encher uma caixa média com diferentes tipos de biscoitos, que a gente ia comendo pelo caminho. Infelizmente não temos isso aqui. Quer dizer, ainda bem que não temos isso aqui, senão eu ia ficar uma baleia, de tanto biscoito.
- As docerias. Meu Deus, as docerias. Viajamos pelo interior do país. Passamos por cidadezinhas com praticamente só uma rua. Mas você pode ter certeza que nessa única rua vai tem uma doceria repleta, variada, linda, luxuosa. Doces da patisserie francesa? Modernas esculturas de chocolate ou frutas? Nada disso. Doces típicos. Deliciosos. Finos. Delicados. Outra enorme tentação. Se, de manhã, eu ia atrás das biscoiterias, a noite lá estava eu, comprando caixinhas de doces para sobremesa do jantar. Ô, saudade...
- Pistaches gregos. Nunca imaginei que pudesse haver tantas variedades de pistaches. Muito verdes, com casca rosa shocking. Crocantes. Muito frescos. Grandões ou miudinhos. Vindos das ilhas. Comi muuuito.
- Queijos. Provei de vários tipos, mas o Feta, pra mim, é imbatível. Puro, no pão, em saladas, grelhado, enfim, de qualquer jeito.
- A gente passava horas no carro, viajando de um lado pro outro. Sítios históricos, antigas ruínas clássicas, museus, mosteiros, praias, montanhas, plantações de azeitonas, cidades. Ninguém queria parar muito tempo para o almoço. Tanta coisa pra ver. Almoçar ia dar moleza. A principal refeição do dia passou a ser o jantar. Almoço = fast food. Fast food grego = Souvlaki. Foram muitos os souvlakis que comemos, uns melhores outros piores. Acho que, no final das contas, foi o que mais comemos nessa viagem. Meu marido virou um fã incondicional da coisa.
- O iogurte. Que coisa maravilhosa. Na realidade é uma coalhada seca, mas a consistência é incrível. No meu primeiro café da manha na Grécia, em Atenas, tinha uma tigela enorme, ao lado das frutas, na mesa do buffet, com um creme branquinho. Eu olhei para aquilo e achei que fosse Chantilly. Santa ingenuidade. Era iogurte. Leve, aerado. Depois que cheguei em casa, já fiz várias tentativas de reproduzi-lo. Já cheguei muito perto do sabor, da pouca acidez, mas do aspecto, da textura...Ainda não descobri o segredo.
Mas eu falava da escolha do menu do nosso jantar. Bom, acho que vai ficar para a Parte IV...
PS: Daqui a 15 dias, vamos fazer o jantar com Finger Foods. Quem se habilita?

terça-feira, 9 de junho de 2009

Saga Grega - Parte II

(Quantas partes será que vamos ter? Veremos...)

Bem, continuando... Quando nos despedimos do Mário, ele nos desejou boa viagem, que aproveitassemos bastante e tudo aquilo mais que a gente sempre deseja a um amigo, quando ele vai fazer uma viagem. Mas, quando se trata de amigos gastrônomos, além dos cumprimentos de praxe, também sempre se comenta sobre provar comidas diferentes, novos temperos e esse tipo de coisa. Foi nessa hora que eu falei que, na volta, faríamos um jantar grego, com tudo aquilo que a gente tivesse provado e gostado. Pronto, a coisa ficou assim, mais ou menos combinada.

Setembro chegou. Viajamos. Provamos de tudo que encontramos pela frente, tanto na Grécia como na Turquia. Gostamos muito de tudo que vimos, ouvimos e comemos. Eu fiquei alucinada pelo iogurte grego. Ele é realmente muuuuuito bom! Mas acho que a coisa que mais comemos foi o Souvlaki (foto acima), que na Turquia tem o nome de Donner Kebab.

Claro que eu não me esqueci e comprei o Retsina do Mário. O interessante foi que não chegamos a provar esse tal vinho lá, durante a viagem. Falta de oportunidade, não, não se pode dizer que tenha sido isso. Sei lá. Provamos tantas outras coisas...

Quando entregamos a garrafa para o Mário, a primeira coisa que ele disse é que ia abrí-la no dia do tal jantar grego, que a beberíamos todos juntos. Nem preciso dizer que isso foi um reforço e tanto para àquela idéia inicial.

Desde esse dia temos estudado o cardápio a ser feito. A nossa maior dificuldade é resolver como vamos fazer para assar o churrasco grego (foto abaixo), que tem uma série de peculiaridades, mas isso já é assunto para a Parte III.

sábado, 6 de junho de 2009

Saga Grega - Parte I

Ano passado, por essa época, eu e meu marido estavamos começando a planejar nossas férias mais ou menos anuais. Discute de lá, troca idéias pra cá, lê sobre um lugar, sobre outro. Acabamos ficando entre Grécia e Itália. Meu marido, então falou:
_ Olha, tanto faz. Você resolve. Mas tenho uma condição. Se formos à Grécia, então damos uma esticada e vamos a Istambul!
Meu sogro, já falecido, sempre foi um apaixonado por Londres. Até o dia em que conheceu Istambul. A partir de então ele sempre dizia que esta era a cidade mais linda que ele já tinha visto. Pra mim, foi o que bastou. Bati o martelo: Grécia continental + Istambul.
Matilde, sabendo dos nossos planos, comentou que essa era uma viagem que ela tinha muita vontade de fazer, mas achava que nunca iria acontecer. O marido dela não gosta de viajar e sozinha ela não iria nunca.
_ Ué! Então vem com a gente, mulher!
_ Ai, não vou atrapalhar? Só o casal em "Lua-de-Mel" e eu de vela...
_ Matilde, deixa de ser boba. A gente promete ser discreto...hahaha.
_ Então tá, também vou!
Tudo resolvido, passagens compradas, hoteis reservados. No último café semanal, antes da viagem, quando nos despedimos do Mário, ele nos lembrou de provar o Retsina, um tipo de vinho típico grego, aromatizado com resina de pinheiro. Nós ouvimos falar disso, nas nossas aulas de Enologia, durante o curso de Gastronomia, mas nunca levamos fé na coisa, mas já que estaríamos por lá... Na Grécia, como os gregos, certo?
Então, eu prometi que traria uma garrafa do tal Retsina, para que ele partilhasse conosco o prazer ou sofrimento, quem sabe?
Amanhã, tem mais...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Muito tempo sem tempo

Puxa! Quase dois meses! O tempo passou e eu não vi...Bom, também, abril teve mais feriados do que mês. O Laboratório não fez nada depois do evento da Shering. Mês de maio, eu fiquei tão "atolada", tão cheia de outros afazeres, que não tive tempo nem pra mim. Com 4 filhas, cada uma com suas atividades, acabei virando "mãetorista" praticamente em tempo integral. Só o café semanal com Mário e Matilde continuou acontecendo. Mas até isso passou a ser mais rápido e, cada semana em um dia diferente, encaixado entre uma coisa e outra.
Mas junho chegou, as coisas estão se organizando e, espero, este mês VAI ter jantar. Estamos pensando em fazer um estudo sobre finger foods. Vai ser engraçado um jantar inteiro só com coisinhas para serem comidas com a mão... Quem será que vai se habilitar a cobaia do mês?

O jantar/ almoço grego não foi esquecido, não. Continuamos pesquisando possibilidades. Acho que, a partir do próximo blog, começo a contar essa "saga".

Nossa, quantas aspas hoje!